quarta-feira, 26 de março de 2014

O Cronómetro e as Rosas



No passado dia 20 de março, teve lugar a nossa 4.ª Oficina de Filosofia e Motivação. Continuámos a explorar os símbolos do monge de Robin Sharma, mais precisamente, o cronómetro e as rosas.

Em jeito de Brainstorming, o grupo refletiu sobre o que a ideia de um cronómetro sugere: as noções de tempo, de meta, de melhoramento e de objetivo desportivo surgiram de imediato, indo ao encontro do sentido que Sharma lhe quis imprimir. O sentido de que o tempo é um bem precioso, porque esgotável, que deve ser respeitado!

Na obra O Monge que Vendeu o seu Ferrari, bem como em outras obras de Sharma (nomeadamente em O Santo, o Surfista e a Executiva), insiste-se muito na ideia de que se deve ter a coragem de dizer não a tudo o que nos faz desperdiçar tempo e de que se deve viver cada dia como se fosse o último. A filósofa francesa Françoise Dastur afirma, a este propósito, que só a consciência da morte abre a possibilidade de estar aqui e agora! Estas questões remetem-nos inevitavelmente para outros autores de referência (designadamente Eckhart Tolle) e para conceitos como o “poder do Agora” e a Mindfulness ou Plena Consciência que terão um tratamento individualizado em outra oficina.

Questionados sobre se se consideravam bons gestores do seu tempo, os participantes não deixaram de referir alguns “entraves”, nomeadamente a procrastinação e o surgimento de imponderáveis resultantes da inexperiência, do mau planeamento ou, pelo contrário, do perfecionismo. Na procura conjunta de estratégias para contornar esses obstáculos surgiu a tomada de notas e a atribuição de prioridades às tarefas definidas a fim de evitar a dispersão.

No que se refere às rosas, explicou-se o conceito de altruísmo e a sua importância na qualidade de vida: «A qualidade da tua vida reduz-se à qualidade do teu contributo no mundo. Ao melhorar a vida dos outros, melhoras a tua própria vida!». Neste contexto, os conselhos de Sharma são: praticar diariamente o bem, dar a quem necessita e cultivar relações mais profundas. Estes conceitos remeteram o grupo para outros autores como Madre Teresa («Que todas as pessoas que vierem ao teu encontro possam sair de junto de ti mais felizes e melhores») e Luís Portela que na sua checklist diária inclui o respeito ao semelhante, o nível de tolerância, as palavras e as atitudes utilizadas em situação de discórdia, e a disponibilidade para se ser útil sem nada solicitar em troca.

Para a generalidade dos participantes, o altruísmo traduz-se em mais atenção e mais escuta aos/para com os outros. Constatou-se, no entanto, uma dificuldade crescente no cultivo de relações profundas, dificuldade essa que foi justificada pela falta de tempo e pelo egoísmo vigente, temas que – por si só – preencheriam outra oficina!

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